sábado, 16 de janeiro de 2010

O bom português...

Portugal não é um país rico. Nunca o foi e, sinceramente, penso que nunca o será. Infelizmente, julgo que o mal de Portugal está nos portugueses. Sofremos de um mal visceral, que vem de dentro do nosso ser – somos preguiçosos, pouco ambiciosos, acomodados, mesquinhos, invejosos… iletrados. Quando comparados entre pares, não almejamos alcançar, pelo esforço, o mesmo sucesso. Pelo contrário, ficamos satisfeitos se os outros descerem ao nosso nível, tenha ou não qualidades ou mérito. Sonhamos enriquecer jogando em peso nas lotarias, totolotos e euromilhões. Nas coisas boas, estamos na cauda da Europa, nas coisas más, estamos no topo. E, sorte a nossa, estarmos incluídos no continente europeu… se não, o desastre seria ainda consideravelmente maior.
Na recente questão docente, a grande parte da população, invejosa, tenta por todos os meios proletarizar a classe, retirando-lhes estatuto social (e salarial). Ou seja, nivelar por baixo.
Os docentes, como bons portugueses, também enfermam deste mal. Depois de muitos anos de dura aprendizagem (que nunca termina, diga-se), acomodam-se à sua vidinha de docência. São espezinhados e vilipendiados por todo o lado, e só lutam ou acordam quando lhe calcam os calcanhares. Quando realmente lhes dói. Depois de ter sido aprovado um miserável estatuto docente e discente, de terem sido congelados na carreira, etc., só se uniram em massa quando despertaram para o pesadelo de uma avaliação burocrática, pesada, destituída de sentido e de justiça. Ou seja, quando lhes começou a doer no dia-a-dia. Tal como todo o bom português. Não se importam muito com o roubo, a corrupção, a menos que sejam eles os visados.
Querem que Portugal seja como os países nórdicos? Não chegará nunca a acontecer, a menos que os portugueses mudem, ou então, que mudem a nacionalidade dos nossos governantes - que venham os nórdicos governar-nos.

Não concorda com o que aqui está escrito? Então, das duas uma: ou não consegue ver o que se passa à sua frente, ou então faz parte da pequena percentagem de portugueses com valor que não se identificam com o resto da população portuguesa. Mas esses, ainda são uma minoria.

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