quarta-feira, 12 de maio de 2010

O meu PEC

Então, é assim... Gastamos à fartazana em submarinos, auto-estradas, automóveis topo de gama e outras mordomias para detentores de cargos políticos, derrapagens crónicas nas obras públicas, corrupção, salários escandalosamente altos de gestores públicos, fundos europeus mal empregues (gastos em ferraris, iates e casas de férias!); e pretendemos continuar a gastar em novas auto-estradas, TGV, novo aeroporto, nova ponte sobre o Tejo... Gastamos como ricos e produzimos como pobres. A solução do governo é colocar os trabalhadores a pagar a crise, reduzindo-lhes os salários e subindo o IVA. Porque convenhamos, para quem muito tem, o aumento do IVA pouco os importunará. Se não tivéssemos gasto muito e mal não seria agora necessário recorrer ao parco vencimento dos assalariados. Temos os trabalhadores mais mal pagos da Europa e os gestores mais bem pagos do mundo.
O mal está feito. Como sozinho não posso mudar o rumo político do país, a solução passará, a meu ver, por exigir que, para além de baixarem o salário dos portugueses em 5% (a taxa a cobrar sobre o subsídio de Natal equivalerá a este valor distribuído ao longo do ano), se baixe o salário dos gestores em 15% (ou mais) e taxar os seus prémios de produtividade em 70%. O exemplo TEM de vir de cima. Os portugueses (espero!) nunca compreenderão que os que muito ganham paguem o mesmo que os que ganham pouco (ou miseravelmente). Se assim não for, muito boa gente vai sentir-se enganada e ultrajada, as frustrações poderão vir ao de cima e o caldo entornar nas ruas (e consequentemente na imagem de Portugal no Mundo). É preciso sentido de Estado e de Justiça.

Henrique Faria

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